A 5ª Bienal mostrou um grande número de obras inéditas, dando à exposição um caráter de originalidade e ineditismo significativo. O tema central dessa edição da Bienal do Mercosul foi a multiplicidade das experiências contemporâneas de espaço: desde o espaço subjetivo – construído pelo corpo e no corpo, passando pelo espaço dominante - o urbano, até as novas noções de espaço impostas pela cultura digital.
Sob o título Histórias da Arte e do Espaço, o projeto curatorial da 5ª Bienal optou pela divisão da exposição em quatro grandes vetores - Da Escultura à Instalação, Transformações do Espaço Público, Direções no Novo Espaço e A Persistência da Pintura. Os vetores foram complementados pela exposição do artista homenageado Amilcar de Castro e pela exposição Fronteiras da Linguagem, com artistas de fora dos países do Mercosul.
As obras dos países participantes foram agrupadas conforme suas especificidades lingüísticas e modalidades artísticas. Dividido em segmentos, o projeto da exposição abrigou as obras sob as seguintes categorias: escultura e instalação, pintura, novas tecnologias ou novas mídias e obras no espaço público. As duas exposições históricas - A Persistência da Pintura e Da Escultura à Instalação - foram submetidas aos mesmos procedimentos e critérios. O objetivo das exposições históricas foi oferecer compreensão para a produção contemporânea presente nos vetores principais.
A 5ª Bienal foi composta por uma lista de 169 artistas, sendo 163 de países Latino-americanos, e seis da Europa e Estados Unidos incluindo o artista Max Bill em uma das mostras históricas. Dos países da América-latina, com exceção do Brasil, participaram 83 artistas: 22 do Chile, 15 do México, 15 da Argentina, 14 do Uruguai, 9 do Paraguai e 8 da Bolívia. Na 5ª Bienal, não existe país convidado; o México, convidado na edição passada, é incorporado como um dos países permanentes. A 5ª Bienal ocupou uma extensa área de exposição de 24.588,91 m2, um recorde até então.
Além da exposição Fronteiras da Linguagem, que trouxe para a Bienal do Mercosul cinco artistas de projeção internacional, um dos grandes destaques desta edição foi a mostra do artista homenageado, o mineiro Amilcar de Castro, um dos maiores nomes da escultura brasileira da segunda metade do século XX. A obra do artista esteve presente em todos os segmentos da exposição. Seis esculturas monumentais foram instaladas no Largo Glênio Peres, em frente ao Mercado Público Central, na mostra chamada “Esculturas Monumentais de Amilcar de Castro” no vetor Transformações do Espaço Público. Esculturas elaboradas de 1953 até 2001 foram expostas no Armazém A7 do Cais do Porto, na retrospectiva “A Aventura da Coerência,” que contou também com duas obras de grande formato instaladas entre o armazém e o rio, no vetor Da Escultura à Instalação. Uma exposição de 23 pinturas de médio e grandes formatos, no vetor Experiências Históricas do Plano, ocupou o 2º andar do Museu de Arte do Rio Grande do Sul, que contou também com uma sala biográfica do artista. No vetor A (Re)invenção do Espaço, no Santander Cultural, ainda constou da mostra um conjunto de esculturas do artista. A obra de Amilcar de Castro teve também uma exposição inédita, reunindo trabalhos de programação visual e ilustração de publicações do artista, intitulada Amilcar de Castro Programador Visual, que ficou localizada no Museu Hipólito José da Costa, ligado ao vetor Direções do Novo Espaço.